Há rumores e indícios de que numa noite de julho muito fria do distante ano de 1983, Paul McCartney e Tom Jobim foram vistos cantando "For no one" ao sair do Bar Ocidente. Pelo que se conta, a caminhada boêmia - depois de uma subidinha um tanto dificultosa da lomba da João Telles - foi parar no Bar da Tia Dulce debaixo do edifício Independência na avenida do mesmo nome. As pessoas que estavam no bar, por volta das quatro horas da madrugada, infelizmente (pelo que consta) não possuíam máquinas fotográficas ou gravadores para testemunhar o encontro tão histórico quanto inusitado. No final da noite – se diz -, houve até tentativas bem sucedidas de uma parceria que bem poderia fazer sombra à Lennon- McCartney. Os assovios e improvisos de letra soaram no ar como músicas clássicas de nascença. Mas a vida é assim mesmo. Uma noite bem vivida não é garantia de materializações à prova do tempo e de curiosos - e, diga-se de passagem, é bom que seja assim. Quem sabe a melodia ainda se cristalize em algum canto de pássaro desavisado ou homem de gestos e pensamentos proscritos. Mas afinal, qual é o momento sublime que para legitimar a si mesmo, precisa de um documento que comprove e certifique a própria existência?
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