domingo, 22 de novembro de 2009

coragem pra viver a nova década

Daqui a uns quarenta dias adentraremos na segunda década do século 21.
Pois aproveito o momento pra dedicar a minha afetuosa expectativa àqueles que não apostam apenas no manjado.
Cadê o gesto lúcido e dissonante?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

o cinema como abertura de imaginação


Carole Bouquet (na foto com Fernando Rey), estreou no cinema em 1977 sob a direção derradeira de Buñuel, em Esse obscuro objeto do desejo. Desde então, se afirmou no cenário cinematográfico francês como uma de suas maiores divas. Pois Luiz Zanin publicou no seu blog um artigo sobre essa jovem senhora de 52 anos. Eu, que adoro ler e ver entrevistas de atrizes francesas, sublinhei a seguinte pérola: "Acho muito triste quando um espectador vai ao cinema e sai sem qualquer coisa que o tire do eixo".

Estou com ela e não abro.



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

apud

Lendo o jornal de hoje, cujo nome prefiro não lembrar, me deparei com uma matéria sobre Eduardo Galeano em que ele cita um tal de Antonio Machado: " qualquer néscio confunde valor com preço".

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

a intenção da carta

Tem uma conversa boa que eu tenho com o Gil a respeito do hábito de escrever cartas. Há práticas que atentam para uma outra relação com o tempo mais distentida e suspensa - permitindo um respiro propício para os sentimentos e pensares ganharem maturidade e corpo. Um desses hábitos, com certeza, se traduz no punho vivo e entregue ao ato daquele que com a sua própria grafia, talvez propensa a toda uma série de garranchos e vacilações, se propõe a enviar uma carta para seu destinatário.
Lembro perfeitamente de minha avó Lourdes escrevendo e comentando a respeito das cartas que ela seguidamente mandava para uma amiga sua de infância, chamada Amabilia, que morava no Rio. Muitas vezes eu era a pessoa que fazia o agradável e honroso trabalho de comprar os selos e envelopes, além de colocar a carta dentro da caixa de correio. Isto com certeza ocorreu entre meus oito e onze anos. Minha sensação frente a passagem do tempo e o modo como eu previa a comunicação entre as pessoas era profundamente marcada pela doce e nostálgica emotividade de minha avó. É claro que meu avô Salvador também contribuía para este modo de criar expectativas diante do mundo que se me abria. Mais quieto e ativo, em sua fortaleza tranquila de um envelhecimento vagaroso típico de quem tem o dom da longevidade, dava-me a segurança necessária pra enxergar a vida como um longo trajeto mais condizente com a constância do que com a precipitação.
Pois as cartas me remetem pra esse espaço dos encontros mais duradouros (ainda que à certa distância) e menos exigentes que também me fazem lembrar de meu irmão, Antônio Augusto. Gosto de ouvi-lo dizer que não se sente preocupado em responder um e-mail com imediatez. Cada diálogo, diz ele, ainda que envolto pela infosfera visceral, acolhe seu tempo de resposta. E nesta maneira de pensar, vejo que a carta escrita à mão ainda dá o ritmo ao mundo novo e virtual.
Lanço essas palavras memoriosas pra dizer que quero escrever mais cartas daqui em diante. Quero abrir outros canais de troca com os amigos próximos e distantes. Cartas, também, pra nem mandar. Que sejam pra ouvir melhor a si e seduzir o efêmero no tempo.

olhar o céu

A Lua e os três planetas irmãos da Terra: (de cima para baixo) Saturno, Vênus e Mercúrio.