Vi ontem à noite o documentário sobre o Caetano Veloso chamado "Coração Vagabundo". Sinceramente, não me chamou nem um pouco a atenção - além de achá-lo extremamente previsível. Acho que está inserido nesse mesmo esquema de glamorização de artista brasileiro tão-somente a partir do exterior. Todos os olhares, que durante o filme julgam muito elogiosamente a obra de Caetano (Almodóvar, Antonioni, David Byrne etc. ), são estrangeiros. Nada contra o olhar de fora. Mesmo que essa tendência acabe sendo determinante na grande maioria dos documentários musicais brasileiros que eu venho assistindo nos últimos tempos...
Contra todos os possíveis pesares, vale pelos falas do próprio Caetano belamente filmadas através das ruas de cidades japonesas como Tóquio e Osaka. Caetano merece ser visto por mais deslumbradão e fraco o filme dentro do qual ele apareça.
De qualquer modo, gostei muito do comentário de seu filho, Moreno, a respeito de um show que eles fizeram numa dessas casas de espetáculo metidas a besta de São Paulo. Moreno falou que o público era meio difícil de lidar. Fosse pelo fato de se sentirem donos do momento, por terem pago horrores no ingresso, ou, em função do mesmo contexto elitista, por se sentirem oprimidos. Moreno, entretano, segue adiante. Diz que tudo aquilo não chega na banda pois seu pai é como um navio de quebrar gelo!
Em épocas frias e esnobes como a nossa, navios de cortar gelo são sempre bem-vindos!
é, quando vi o tal "documentário" tive a mesma impressão, ainda mais depois de ter assistido no mesmo dia o tal documentário (aí sim) sobre o simonal (pessoa que nunca me comoveu muito... rs). muito mais envolvente e interessante do que a babação de ovo sobre a obviedade que vc aponta no referido filme.
ResponderExcluiracho que a melhor coisa do filme é o papo do caetano com um suposto moge budista.
também nao gostei de outro "documentário" dos titas! acho que vale só como registro de memória para a própria banda.
Boas pedidas! Mas pelo jeito terei que assisti-los em DVD!
ResponderExcluirJá disse isso mas gosto de repetir: a programação de cinema de cidades como Florianópolis é uma vergonha! O problema é que essa tendência de aumentar o número de salas na mesma proporção em que se diminui o número de filmes pode se perceber até em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro!
Agora parece que o governo decretou a patifaria total no sistema de distribuição de filmes nacionais. Pois irá dar dinheiro para os títulos que mais venderem ingressos! Tudo isso pra beneficiar filmes como o do Lula e os da Globo Filmes.
Quer dizer, é a mesma sacanagem que se percebe no esquema dos editais de incentivo à cultura. Quem ganha a grana são sempre os mesmos. E esses mesmos nem precisariam da grana!
Lamentável a inteligência que rege a política cultural neste país!