quarta-feira, 3 de março de 2010

um jornal que mereça o nome







Não sou conhecedor da história do jornalismo mas sei que o meio sempre foi suscetível a várias formas de manipulações. Vide - e  só para ficar nos mais óbvios e clássicos - Citizen Kane e Chatô. Ainda assim, defendo a ideia de que um jornal pra ser bom não precisa ser tão-somente eticamente defensável. Acho até que bons princípios nunca fizeram um periódico razoável.
Precisa, antes de tudo, ter o mínimo de argumentação e análise! Filtrar, por mais enviesadas e tresloucadas as leituras, o que acontece urbi et orbi. E, se for preciso, esqueça-se o mundo e mergulhe-se na aldeia.
Os jornais lidos por aí não fazem nada disso. Pouco mostram do que acontece seja onde for. Preferem vender a omissão forçada em troca do esvaziamento crítico da leitura.
O Brasil já teve bons jornais de circulação nacional e local. Hoje os únicos que merecem ser lidos  - e ainda assim com as devidas ressalvas e cuidados - são a Folha, o Estadão e o Globo. Os demais aderiram a uma provincianização marqueteira análoga ao populismo midiático de outros meios tão em voga nos dias correntes. Fantástico, William Bonner e Fátima Bernardes replicados ad nauseam, reality shows, programas de auditório, noticiários sensacionalistas e canais evangélicos são o retrato fiel de uma sociedade afeiçoada à idiotia. Rádio é só jabá. Jornal, então, virou luxo pra poucos. 



2 comentários:

  1. nem o jornal dos esportes, aquele do rio de janeiro... merece mais leitura devida. perdeu a sagacidade e ironia sobre o futebol. lembro ainda quando mais jovens as pessoas se referindo ao jornal como literatura obrigatória pra se começar o dia.
    hoje, até as paginas que eram avermelhadas, amarelaram.
    (sem falar do JB - Jornal do Brasil -)

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