terça-feira, 28 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

intransigências

Hoje em dia todo mundo tem razão de tudo.

domingo, 12 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

montagem

Antônio Augusto fazendo a montagem de seu trabalho que integra a exposição "O pote pós-design", a qual será aberta nesta quarta-feira (8/12), na Galeria Xico Stockinger, no sexto andar da Casa de Cultura Mário Quintana.  

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

mundo dos sapatos

Foto de Antônio Augusto

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Sapataria clássica da rua Santo Antônio, no bairro Independência. Preciso levar alguns sapatos meus lá para reformar. Faz tempo que não faço isto... 
As sapatarias de Florianópolis têm deixado um tanto a desejar. Mas há esperanças no horizonte. Descobri uma sapataria na Trindade que ainda não me decepcionou. Seja como for, farei a prova em breve, quando levar meu par de sapatos marrons de guerra ("my old brown shoe") para trocar os saltos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

coisas que eu fazia (3)

De bicicleta, descer as lombas de Porto Alegre com o vento do verão soprando no corpo inteiro.

sábado, 27 de novembro de 2010

projeções

Foto de Antônio Augusto


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

globalização financeira em uma frase

Privatiza-se os lucros e se manda o povo pagar os prejuízos decorrentes das falcatruas bancárias.

Até quando?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

mudanças no visual

111 anos republicanos... Taí uma boa hora para mudar de roupa. Nem que seja para sentir saudades de como nos vestíamos antes.
No mesmo clima de quem pinta o cabelo ou deixa o cavanhaque crescer. Tudo, é claro, sem o menor vestígio de preocupação com os tais dos compromissos...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

este e outros novembros

O que eu fazia nos novembros que passaram?
Novembros quase dezembros e já não outubros.
Novembros dos ventos ainda frios e do sol veraneiro.
Novembros das rápidas guinadas -
sem anúncios prévios de quem chega.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

cinco

Cinco de novembro da chuva repentina
e das certezas cada vez mais caricatas.

domingo, 31 de outubro de 2010

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

máscaras sobre o vazio

A economia gestual pode representar a compreensão ou o afeto subentendidos, mesmo assim, em várias ocasiões, me parece apenas a máscara inerte que encobre o vazio.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

coisas que eu fazia (2)

Deitar no banco do pátio do colégio ou da praça para contemplar a forma e o movimento das nuvens. Sempre gostei de olhar para o alto.

ferro-velho

Foto de Antônio Augusto

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

inimigos

Mais acima: auto-retrato matando Lula (carvão sobre papel 200 x 150 cm). Acima: auto-retrato matando Fernando Henrique Cardoso (carvão sobre papel 200 x 150 cm). De Gil Vicente. "Série Inimigos" (http://www.gilvicente.com.br/), a ser inaugurada terça-feira que vem com a abertura da Bienal de São Paulo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Citação de Billy Blanco

"Arquitetura é música petrificada." Goethe

sábado, 11 de setembro de 2010

coisas que eu fazia (1)

Depois de uma manhã fria, ao meio-dia, ficar deitado sobre o tapete da sala com o abrigo de educação física do colégio, enquanto se apronta o almoço.

sábado, 4 de setembro de 2010

poesia é para todos

Vitor Ramil diz que quer perder o medo da poesia. Já a Maria Bethânia a vê como algo tão necessário quanto a comida pra se viver: "Não dá para viver no seco, sem nada. Acho que deveria ir não só na poesia, mas coisas que abrangem o poético. Sem isso, fica muito frio".

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

noelinas

"[...] às pessoas que eu detesto,
diga sempre que eu não presto,
que o meu lar é o botequim [...]"

"Último desejo", de Noel Rosa

possibilidades suspensas no ar

A vontade de reportar a conversa a outras paragens,
de subverter o próprio fluxo discursivo,
de jogar melhor com o silêncio e a dúvida.
De imaginar escadarias e falar sobre aquários.

A vontade, enfim, de remeter o diálogo
às suas possibilidades mais suspensas no ar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

saudades da insônia de criança

Por incrível que pareça, só sofri de insônia quando era criança. Lembro de uma madrugada em que fiquei acordado até pouco tempo antes de amanhecer. Apavorava-me a simples possibilidade de enxergar a claridade da manhã entre as frestas da persiana sem que eu tivesse caído no sonho. Também ficava muito excitado - a ponto de não conseguir relaxar o corpo e a mente - nas noites que antecediam viagens ou passeios do colégio.
Depois que cresci, não lembro de ter tido mais dificuldades pra dormir. Mas sinto saudades daquela ansiedade boa cheia de expectativas diante do dia seguinte. E mesmo quando eu não me encontrava ansioso, e me punha insone e ensimesmado, ainda assim era bom: oportunidade para os primeiros diálogos mais íntimos comigo mesmo.
A textura do tempo e a visão a respeito da vida eram então completamente diferentes.

sábado, 21 de agosto de 2010

inteligências silenciosas

Não era porque lhe dissessem para se calar. Ao contrário: seu silêncio fazia a respiração mínima e necessária diante de tanto papo besta.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

50 anos de Hamburgo

Achei interessante esta crônica do brasilianista Kenneth Maxwell sobre a relação dele com os Beatles durante a época da sua formação acadêmica e vinda para o Brasil:

"Faz 50 anos nesta semana que os Beatles tocaram pela primeira vez em Hamburgo.

Quando chegaram à cidade portuária do norte da Alemanha, em 1960, os Beatles eram cinco -John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Peter Best e Stuart Sutcliffe-, e tocavam no Indra Club, um lugarzinho que também era casa de striptease, nos limites da zona de prostituição.

Eles viviam em dois sombrios quartinhos de depósito em um cinema próximo. Hamburgo, como Liverpool, era uma cidade áspera, batalhadora e vibrante. Foi em Hamburgo que John, Paul e George tocaram pela primeira vez com Ringo Starr e que a banda adotou seu corte de cabelo característico. Ao longo de dois anos e meio, os Beatles fizeram cinco visitas a Hamburgo, e tocaram lá 281 vezes.

Em 2 de junho de 2010, sir Paul McCartney, 68, acompanhado por uma galáxia de astros, tocou na Casa Branca. Recebeu de Barack Obama o "Gershwin Prize for Popular Song", maior honraria conferida pela Biblioteca do Congresso por contribuição notável à música popular. Além de "Eleanor Rigby" e "Let It Be", McCartney cantou "Michelle" para a primeira-dama.

Há algo de encorajador na longevidade de Paul McCartney. O 50º aniversário do primeiro show dos Beatles em Hamburgo chamou minha atenção, porque estou planejando comparecer ao jantar do 50º aniversário de minha classe no Saint John's College, em Cambridge, e minha sensação era a de que comecei meus três anos de universidade muito tempo atrás.

Não estudei o Brasil em Cambridge, o que na época não era possível, embora tenha desenvolvido em 1961 um enorme desejo de visitar o país depois de assistir a "Orfeu do Carnaval", ou "Black Orpheus", seu título em inglês, um filme famoso também por sua música.

Os Beatles dominaram meu ano final em Cambridge. Também fizeram um filme para televisão, "Magical Mistery Tour", boa parte do qual filmado no sudoeste da Inglaterra, perto de onde eu vivia. O filme não foi bem recebido na época, mas trazia algumas canções maravilhosas: "The Fool on the Hill" e "I Am the Walrus", bem como "Hello, Goodbye" e outras composições memoráveis. Os Beatles fizeram sua primeira visita aos EUA em 1964, pouco antes de eu chegar a Princeton. Quando, por fim, fui pela primeira vez ao Brasil, em 1965, me orgulhava muito de apontar para as fotos dos Beatles nos jornais.

Era uma forma de identificação nacional, especialmente quando os brasileiros imaginavam que eu deveria ser português, porque tinha passado alguns meses em Lisboa e falava (mal) o português com sotaque lisboeta"





sábado, 14 de agosto de 2010

Alguma poesia de Drummond

Programa da televisão a cabo brasileira que celebra os oitenta anos do primeiro livro de poemas de Carlos Drummond de Andrade: "Alguma Poesia".

http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1611445-17665-303,00.html

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

crítica musical

O pior disco do Bob Dylan vale muito a pena.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

liberdade pra pensar

As gritantes verdades ditas por um ganhador do Nobel são mais fáceis de chegar às manchetes dos jornais e mídia em geral... Assim, quando um cientista renomado (Harald Zur Hausen) diz que há menor liberdade na ciência atual, a repercussão do óbvio se faz desde o princípio garantida.
Reproduzo, portanto, a sua obviedade tão difícil de se fazer ouvir nos corredores universitários do mundo todo: "Há enorme pressão para publicar [artigos científicos] rápido. É contraprodutivo. Precisamos dar aos cientistas jovens um período de mais liberdade, estimular alguma independência intelectual, para que desenvolvam ideias por eles mesmos."


terça-feira, 3 de agosto de 2010

o prazer que as mulheres proporcionam

Gosto de ver as mulheres conversarem,
compenetradíssimas fazendo as suas coisas.
Os sorrisos, gestos e caminhares...
Mulheres como Beatriz e Dulcinéia.
Mulheres pra fazer a gente pensar e se entender melhor.
Mulheres demasiado humanas que sempre me inspiraram espanto e admiração.
E, digo mais, mulheres muito próximas do meu sentimento e jeito de existir.
Mulheres no meu espelho.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

sábado, 24 de julho de 2010

banheiro público


Rua Fernando Machado / Porto Alegre

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Carta de Melville a Hawthorne

"Tampouco nos servirá, de modo algum, dizer que o mundo está ficando grisalho e encanecido agora, e que perdeu aquele frescor e encanto que tinha outrora e em virtude do qual os grandes poetas dos tempos passados se tornaram o que estimamos que eles sejam. Não. O mundo é hoje tão jovem quanto no dia em que foi criado; e este orvalho matinal de Vermont é tão úmido aos meus pés quanto o orvalho do Éden foi aos pés de Adão. E tampouco a natureza foi totalmente revirada por nossos antepassados a ponto de não restar encantos e mistérios para essa última geração encontrar. Longe disso. A trilionésima parte ainda não foi dita; e tudo o que já foi dito apenas multiplica as possibilidades para o que resta ser dito. Não é tanto a escassez, mas a superabundância de materiais o que parece incapacitar os autores modernos".
Herman Melville. Hawthorne e seus musgos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Jornal do Brasil

Reproduzo a seguir depoimento de Fernando Gabeira sobre o Jornal do Brasil (redação em que trabalhou nos anos sessenta), o qual, desde a semana passada deixou de sair quentinho das gráficas para se resignar a uma sobrevivência apenas zumbiesca em um endereço da internet:

" O Jornal do Brasil foi o sonho profissional da nossa juventude desde os anos 1950 até o princípio dos anos 1960. Representou o sonho profissional de toda uma geração no início da década de 1960. Foi a mais radical reforma jornalística feita no país até aquela data.

O uso do espaço em branco na introdução de fotografias com a luz ambiente e excelentes reportagens eram alguns dos seus componentes.

O desenho do jornal, trabalhado por Amílcar de Castro e inspirado no pintor holandês Mondrian, representou durante muito tempo uma atração internacional, porque muitos jornalistas vieram do exterior para observar aquelas mudanças.

Na parte cultural, o Jornal do Brasil inovou lançando um suplemento literário voltado para o concretismo, mas que revelou alguns dos principais poetas e escritores do país.

Nos últimos anos, o Jornal do Brasil tornou-se um fantasma do que era, conservando a máxima de que um jornal leva mais de uma década para morrer".  



quinta-feira, 15 de julho de 2010

sonhando com Vinícius

Hoje à noite tive o prazer de conversar com Vinícius de Moraes em um sonho. Estávamos dentro de um carro estacionado na pista de um aeroporto. Não sei por qual razão específica dialogávamos em inglês. Falamos de algumas letras suas que haviam tido problema com a censura. Também o indaguei sobre a época em que ele estudou literatura inglesa em Oxford. Tudo muito despretensioso e íntimo, como se eu estivesse diante de um amigo querido de longa data. Além disso, com a extravagância um tanto marota de conversarmos em um idioma que não era o nosso.
Depois que mudamos de cenário - por uma dessas razões secretas que os sonhos não explicam -, nos vimos diante de uma casa simples em cujo galpão de zinco se organizava uma festa. Pelo que pude perceber, Vinícius era o motivo da celebração. De qualquer modo, mostrou-se muito feliz e me apresentava a todos como seu "parceirinho". Havia um jornal sobre uma cadeira. E era o Jornal do Brasil na diagramação da década de 70. O mesmo jornal que desde hoje deixou de circular pelas bancas fluminenses e brasileiras...
Depois disso, deixei Vinícius conversar com a sua patota, e bati um papo com o homem que instalava o som e cuidava para que as cervejas se conservassem geladas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

proibições impossíveis

e nem que me dissessem
ou sequer me fosse sugerido
nada negaria o já vivido

também não poderiam
num gesto qualquer
impedir o que houver

por outro lado
não se deixem enganar:

há de estar pronto e assinado
o que vier marcar

quinta-feira, 8 de julho de 2010

escola pública e a gerência da miséria no Brasil

Assim como a autora do texto que reproduzo abaixo, passei a maior parte da minha formação escolar em cadeiras de escolas públicas. Tive ótimos professores e colegas muito inteligentes, tendo acesso a uma realidade social muito mais rica em comparação à que tive mais tarde, quando estudei em colégio particular. Daí a minha indignação diante da evidente decadência galopante da qualidade do ensino fundamental e médio. O tema é demasiadamente vasto e complexo. Por enquanto, ao menos, fico com as palavras de Cristina Grillo sobre as escolas cariocas (mas que obviamente valem pra todas as brasileiras):

Tristeza profunda

RIO DE JANEIRO - Estudei em escola pública. Não em uma daquelas que ocupam o topo dos rankings de desempenho, mas em uma pequena escola de subúrbio, hoje cercada por favelas violentas, em uma das muitas "faixas de Gaza" que separam os cariocas em castas.

Lá, tinha professores dedicados, disciplina rigorosa e aulas que me prepararam para, anos mais tarde, enfrentar um disputado vestibular e conseguir vaga em uma universidade federal.

Uma vez por semana íamos à biblioteca, sala enorme com estantes cobertas de volumes coloridos. Escolhíamos livros que, mais tarde, discutiríamos em sala de aula. Tínhamos aulas de música, artes.

Lembro-me de carregar na pasta -não se usavam mochilas- uma caixa de fósforos cheia de grãos de feijão que me ajudavam a entender os conceitos de matemática.

Crianças assustadas, fazíamos de tudo para passar longe do consultório onde um dentista nos examinava e, se nos comportássemos, nos dava de presente uma escova de dentes novinha. Agentes do posto de saúde nos visitavam para cuidar de nosso bem-estar.

Boas lembranças. Por isso me bate uma tristeza profunda quando vejo os resultados do Rio de Janeiro no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgados pelo MEC no início da semana.

Na classificação até o quinto ano, 42% de nossas escolas não atingiram a meta proposta, a segunda pior colocação entre os Estados. A situação piora quando se avaliam as escolas até o 9º ano: 62% estão abaixo da projeção, o pior índice do país.

No ensino médio o Estado tirou 2,8, à frente apenas do Piauí. Ficamos muito abaixo da já reduzida média nacional -3,6.

Se, nos tempos da Escola Ruy Barbosa, aparecesse em casa com uma nota dessas, levaria uma bronca inesquecível.

Cristina Grillo, FSP, 08/07/10.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

proposta de debate

Escrevi o texto abaixo como uma primeira tentativa de me articular perante o delicadíssimo problema do ensino crítico nos cursos de direito dos tempos correntes. O tom mais genérico e pouco exemplificativo da escrita se faz aqui proposital. O objetivo é desdobrar as ideias e abrir o canal de diálogo sobre o tema:  

PENSAMENTO CRÍTICO E ENSINO JURÍDICO CONTEMPORÂNEO




Até não muito tempo atrás, o curso de direito se distinguia como símbolo pedagógico propulsor de um projeto civilizatório do qual o poder estatal vem haurindo a sua legitimidade, pelo menos, desde a época das revoluções burguesas.

Ora, independentemente das diversas manipulações ideológicas a que tal concepção geral se presta, era clara e – apesar dos pesares – palpável a ideia de uma cultura cívica propalada em meio ao ambiente das salas, corredores e bares das academias jurídicas.

Como se nesses microcosmos acadêmicos fosse perceptível, ressalvados todos os senões de conservadorismo bacharelesco, de alpinismo social e da qualidade sempre duvidosa dos saberes reproduzidos, uma disposição – ainda que subordinada ao encantamento ilusionista das vestes e dos ritos – para o tratamento de questões normativas básicas da vida em sociedade. O porquê das leis não era então algo indiferente, inútil ou inacessível.

Isto, diga-se, dentro de um contexto anterior à massificação voraz da oferta de ensino superior privado, e da racionalidade gerencial cada vez mais privatista das faculdades públicas. Sem ter a mínima pretensão de oferecer uma visão nostálgica e arcaizante do ensino jurídico, e tampouco desejar desferir argumentos reacionários contra a democratização do acesso ao conhecimento jurídico, é importante que se atente para alguns elementos em jogo no modo como se constitui o ensino do direito nos dias correntes. Como professor de disciplinas sociais e humanas do direito, sinto com ainda mais força este refluxo e asfixia não só do pensamento crítico jurídico – saliente-se –, como também de toda proposta de problematização da realidade social esperada de qualquer prática educativa formal.

Sendo assim, a instrumentalização progressiva dos programas de ensino jurídico e a dificuldade de se propor a inclusão proveitosa de disciplinas de cunho humanístico e problematizador revela uma concepção de curso, aluno, coordenação e professor submetidas à mera lógica da sobrevivência imediata frente às forças instáveis do mercado de trabalho. Neste cenário de temores constantes e expectativas pré-fabricadas, a aprovação no concurso da hora e o prêmio sonhado da mega-sena flutuam à deriva no mesmo mar das incertezas contemporâneas.

Essa mesma lógica da premência mercadista que acomete todas as instâncias de vida social circunscritas ao hipercapitalismo globalizado e corporativo tem descaracterizado o ambiente educativo de forma brutal. Assim, não é difícil constatar que as urgentes exigências de competitividade mercadológica e de otimização dos lucros vêm impedindo de forma insidiosa que condições básicas da atividade acadêmica possam se instaurar.

Com efeito, ao invés de se buscar a volta a um passado igualmente saturado de suas próprias perversões, cabe, isto sim, reivindicar a defesa das características essenciais do processo pedagógico sem as quais a educação se torna um embuste danoso.

Por conseguinte, a simples previsão de disciplinas críticas nos currículos de graduação do direito não tem muitas chances de prosperar diante do tecnicismo vulgar que atravessa a grande maioria das mentalidades envolvidas na sua realização. As aulas, nesses ambientes, amiúde se transformam em verdadeiro martírio para professores e alunos, na medida em que tais contextos não há condições estruturais mínimas para um desenvolvimento aceitável do conteúdo a ser lecionado.

O vezo hipócrita e marqueteiro das instituições responsáveis pela organização do ensino superior, hoje em dia, no Brasil, exige uma tomada de posição menos acomodada e subserviente por parte da comunidade de professores, alunos e demais afetados. Sem uma mobilização crítica prévia e constante a este modelo de ensino vigente, que possibilite reoxigenar os canais de diálogo do espaço acadêmico, caberá às disciplinas humanísticas do direito seguir dois caminhos pouco auspiciosos para fins concretos de melhoria do ensino e, por conseqüência, social: o quixotismo infecundo ou o arremedo de si mesmo.


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tardinho Velho

Hoje à tarde tomei um café com meu amigo Tardinho Velho.
Conversamos sobre vários assuntos da forma mais amena possível. Mas quando eu propus a questão da nostalgia como força vital de uma trajetória humana, sua expressão mudou e me veio com esta:
- Não me importa a saúde suposta de uma visão de mundo. Às favas os otimistas utilitários. Eu quero mesmo é dizer que a nossa época é um grande embuste! Saudades dos tempos que não vivi! Gostaria de ter nascido em outro século. Qualquer época em que não houvesse carros e celulares pra mim já seria um grande lucro.
Respondi, então:
- Sejamos nostálgicos de um futuro desejado!
Ele gostou do que eu disse e pediu mais uma Brahma. O café tinha sido só pras preliminares.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fazendo uma cozinha


levar a termo

coisa boa conversar sem restrição alguma... e há vezes em que ir mais fundo é saber a hora de evitar o mergulho...

sábado, 19 de junho de 2010

brincadeiras

liberdade pra jogar com o que a vida trouxer

domingo, 13 de junho de 2010

ruídos do apartamento 33

Assim que eu comecei a ficar sozinho em casa, no início das tardes, logo depois do almoço, quando meus pais e irmão partiam, cada um, para os seus cotidianos, lembro-me do susto que eu levava com os pequenos estalos e ruídos do apartamento  acima do nosso. Mas bem podiam ser barulhos vindos, talvez, de lugar algum. Tentava driblar o medo pensando em coisas banais, porém chegava um momento em que a única saída era fugir de casa o mais rápido possível. Só a suposta normalidade da rua pra me fazer duvidar do insólito então tão óbvio às minhas impressões.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

longa vida


Jeanne Calment aos 20 anos, em 1895. Esta francesa é o ser humano mais longevo de quem se tem certeza e notícia. Viveu 122 anos, 5 meses e 14 dias, entre 1875 e 1997. Fumou até os 117 e só parou porque já não enxergava o bastante para acender o cigarro.
Atualmente, a pessoa mais velha do mundo (decana da humanidade) também é francesa. Se chama Eugènie Blanchard e tem 114 anos e cento e poucos dias...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

gabarito fosfórico

Estou lendo um livro do Paulo Mendes Campos: Os bares morrem numa quarta-feira. Na crônica que dá nome ao livro, entre outros boêmios ensandecidos, aparece um personagem que teria marcado época no bar frequentado pelo autor.  Diz ele que este homem profundamente persuasivo e obstinado,  um médico pernambucano chamado Eustáquio Duarte, conseguiu convencer o barman a estabelecer o novo padrão mais generoso da dose de whisky: a altura de uma caixa de fósforos colocada em pé ao lado do copo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

antiacademia

Prefiro o amanhecer ao crepúsculo. O crepúsculo é muito acadêmico.
Vinícius de Moraes

domingo, 30 de maio de 2010

vida e sonho

Não é que eu goste menos do mundo com os olhos abertos, mas parece que o espírito do sonho é tão radical que a própria existência alerta se torna ensaio pra que durante esses momentos tão fugidios a gente viva da forma mais intensa possível.
O sonho contém a vida e outros possíveis universos enquanto flui incerto, temido e desejado.

domingo, 9 de maio de 2010

Let it beatles - uma homenagem aos quarenta anos de seu final grandioso




Para o Gil


Então os Beatles terminaram o Álbum Branco e parecia que tudo já tinha sido feito. 68 chegara ao fim. A meditação na Índia e o ácido de Seargent Pepper's também.
 Na virada do ano George fora a Woodstock passar com Dylan e sua turma. Voltou de lá impressionado com o fato de as energias externas à bolha Beatle serem muito mais leves. Lennon, por sua vez, cada vez mais dentro do processo criativo e existencial da sua nova parceira Yoko. O ano que não terminou não foi nada fácil pra ele: prisão por porte de maconha e o aborto de seu primeiro rebento com Ono. Agora, pra segurar a barra, embarcavam os dois na promessa de alívio imediato da heroína. "Everybody had a hard year...". 
Ringo, então, já tinha anunciado a sua saída da banda durante as gravações do White Album e foi pra Sardenha esfriar a cabeça enquanto compunha Octupus's Garden. Aceitou voltar só porque os três rapazes lhe fizeram juras de amor, com flores e elogios de que ele seria o maior baterista de rock do mundo.
Apenas McCartney mesmo, depois de uma rápida temporada de férias no Algarve, pra convocar os companheiros a mais uma temporada de trabalho. O problema é que as coisas já soavam mais exaustivas do que recompensadoramente trabalhosas.  Difícil esconder o mal-estar e a necessidade de fugir daquele redemoinho todo.
As câmeras de Michael Lindsay-Hogg mostraram tudo isso no filme que ficou marcado na história do cinema como um dos mais pungentes no subgênero das histórias sobre divórcio.  Mas é claro que tudo isso não diz tudo sobre o que viria a ser o último disco da maior banda de todos os tempos.
Pra começar, não concordo com as vozes depreciativas que insistem em tratar Let it be como menor na discografia Beatle. Tudo ali é precioso, sobretudo as imperfeições. Lennon toca (mal) baixo em Let it be e sola (pro gasto) a guitarra em Get back. E mesmo assim não poderia ser melhor. As vozes dos dois maiores cantores da música popular anglo-saxônica nunca estiveram tão rasgantes e inspiradas quanto aqui. Don't let me down, Dig a Pony, One after 909 e Maggie Mae são alguns exemplos do alcance e versatilidade de emoções que a interpretação de John conseguia expressar. Ponha outro em seu lugar e nunca será a mesma coisa...
E o que dizer de Paul que já não tenha sido repisado ene vezes? Se o seu parceiro era versátil, McCartney era tudo isso com ainda mais veludo e alcance vocal. E se seu temperamento como cantor não oferecia tanta ironia e lucidez crítica quanto o de Lennon, ainda assim era capaz de atingir voltagens inigualáveis quando o sentimento se fazia urgente. Let it be é um gospel poderosíssimo de consolação e aceitação diante de toda hostilidade inevitável deste mundo.  O idioma quase sempre solar e confiante de McCartney revela nesta canção o desconsolo, o temor e a pequeneza humana que só o grande artista é capaz de exprimir. The Long and winding road é outro momento apoteótico desta safra incomparável de Paul. Ele nunca mais seria tão intenso e verdadeiro quanto na época em que, muito antes de Lennon, anunciava o fim do sonho Beatle. I've got a feeling tem toda essa atmosfera de pressentimentos dolorosos que terminariam por cristalizar em desilusão no You never give me your money, do verdadeiro último canto dos Beatles, Abbey Road.
Harrison, como todos já sabem, atinge a plena maturidade e independência frente à tirania acachapante da dupla criativa Lennon-McCartney. Todas as suas canções da última jornada Beatle são primorosas: I me mine e For you blue, embora não sejam tão evidentemente clássicas quanto as que ele faria  no álbum seguinte (Something e Here comes the sun), ainda assim são pequenas jóias cheias de força e charme. Definitivamente ele possuía olhares e disposições que os outros não tinham. Não era inferior, sob o ponto de vista criativo, aos líderes, mas mais jovem e menos vaidoso ao longo de toda a evolução da banda. Foi coadjuvante enquanto se percebia menos maduro. Em 69, entretanto, ele é que tinha mais novidades e qualidade pra botar na mesa.
E ainda havia vitalidade aos borbotões quando eles anunciaram o fim. Porém, como o próprio Lennon disse, eles eram apenas uma banda e os discos continuariam aí pra serem ouvidos e comentados. É claro que tinham plena consciência da qualidade imortal da obra criada em conjunto naqueles últimos doze anos. Os tempos é que eram outros.


sábado, 8 de maio de 2010

tempos

tempo devagar
rápido
a vagar

domingo, 2 de maio de 2010

refrão de uma canção de 1997

"as garças esfumaçantes são muito elegantes
e os elefantes não conseguem voar"

sábado, 24 de abril de 2010

sem compromisso

Afinal de contas, o que seria ser sem compromisso?

Primeiro de tudo, é não levar a pergunta tão a sério.

Depois, é comprometer-se apenas com a espontaneidade mesmo quando ela não vem e o que nos resta é um certo convencionalismo ou o silêncio.

Antes, é não lamentar nem contextualizar demais.

A fala não há de precisar explicar a si mesma.

Geremi é só fumaça que passa ligeiro. Quem quer mais do que isto?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

formas de marcar o tempo

Geremi é esquecer os dois mil e apostar no dez.

A língua brasileira

A tese brasileirista da língua falada pelo povo daqui, de acordo com Antônio Houaiss:

"Invocam-se, para isso, não os elementos que são comuns ao Brasil e a Portugal em matéria linguageira, mas os diferenciais: diferenciais orais - de fonemas, de entonação, de cadência, de ritmo, de palavras, de significações, de sentidos, de formas, de frases, assim como - correlativas escritas das séries orais - diferenças de temas, traços estilísticos ou estilemas, traços gráficos, ideológicos, afetivos, ademais de uma toponímia ou geonímia - nomes geográficos - e de uma antroponímia - nomes de seres humanos - muito inovadores, calcados em boa parte em raízes não-portuguesas".

O nome do livro do qual extraí o trecho acima (e que de maneira nenhuma resume a visão - ou mesmo posição -  do seu autor) se chama O português no Brasil e me foi emprestado por um jovem senhor chamado Tiago.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Verso solto em uma conversa entre Vinícius e Frederico Schmidt

Tudo é inexistente, disseram os príncipes deitados na areia...

terça-feira, 13 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

águas de abril

"Eu acho que o fato de você colocar a cabeça pra funcionar gera outras coisas, outros filhotes"
Paulo Jobim, filho de Tom, se referindo ao processo de criação de Águas de Março.
Pra ver um programa bem interessante sobre o Brasileiro Jobim:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1179283-7823-TOM+JOBIM+ERA+UM+APAIXONADO+POR+DRUMMOND+E+GUIMARAES+ROSA,00.html

sábado, 3 de abril de 2010

Plantação

Páscoa em Porto Alegre e momento de plantar o ipê-amarelo no pátio dos fundos do Jabutipê.
Primeiro de abril de 2010 e todas as suas verdades subtropicais.
Foto de Antônio Augusto.

domingo, 21 de março de 2010

acontecer

Escrever sem nem saber,
jogar com a indefinição e o acaso.
As causas todas não explicam o mundo,
e pra falar nem sempre há a necessidade do mote -
este se faz sem pressa ou alarde
à medida que o que se diz acontece.

sábado, 20 de março de 2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

gregos e bárbaros

A crise econômica na Grécia vem gerando muita insegurança e constrangimentos entre os europeus. Os alemães, primos ricos do bloco, não se mostram nem um pouco interessados em oferecer ajuda.  Sugerem "apenas" que os gregos vendam seus monumentos históricos e obras de arte para pagar o rombo de bilhões de euros. O clima ferveu, e entre as reações dos helenos enraivecidos (que incluem boicote aos produtos germânicos), pôde-se ouvir o seguinte comentário: "Enquanto nós esculpíamos maravilhosas estátuas, como a Vênus de Milo, eles ainda viviam em cavernas e rosnavam como cães"!

quinta-feira, 4 de março de 2010

série banheiros de bares (3)

Essa coisa de botar fotos de banheiros de bares já foi manjada há tempos pelo Mister Biga's. Bar que fica aqui perto de casa e que é cheio de pessoas tão interessantes quanto despretensiosamente peculiares. Seu banheiro é repleto de fotos emolduradas de banheiros afora e mil.
Hoje à noite estive lá. Levei um xerox de texto que estava estudando. Mas tudo ao redor me chamava mais que a leitura.
A mesa ao lado e a conversa inflamada e fora do previsível e do clichê. O garçom, Everton, e a sua postura e atenção cheias de nuances e excentricidades (naquilo que sadiamente foge do círculo restrito de gestos, olhares e manifestações).
Fiquei ali, atento, e feliz de deixar o tempo passar. E muito pensei no Gil, personagem fiel e carimbadíssimo daquela freguesia.

pensamento solto

O Geremi também pode ser qualquer conversa ou monólogo de bar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

um jornal que mereça o nome







Não sou conhecedor da história do jornalismo mas sei que o meio sempre foi suscetível a várias formas de manipulações. Vide - e  só para ficar nos mais óbvios e clássicos - Citizen Kane e Chatô. Ainda assim, defendo a ideia de que um jornal pra ser bom não precisa ser tão-somente eticamente defensável. Acho até que bons princípios nunca fizeram um periódico razoável.
Precisa, antes de tudo, ter o mínimo de argumentação e análise! Filtrar, por mais enviesadas e tresloucadas as leituras, o que acontece urbi et orbi. E, se for preciso, esqueça-se o mundo e mergulhe-se na aldeia.
Os jornais lidos por aí não fazem nada disso. Pouco mostram do que acontece seja onde for. Preferem vender a omissão forçada em troca do esvaziamento crítico da leitura.
O Brasil já teve bons jornais de circulação nacional e local. Hoje os únicos que merecem ser lidos  - e ainda assim com as devidas ressalvas e cuidados - são a Folha, o Estadão e o Globo. Os demais aderiram a uma provincianização marqueteira análoga ao populismo midiático de outros meios tão em voga nos dias correntes. Fantástico, William Bonner e Fátima Bernardes replicados ad nauseam, reality shows, programas de auditório, noticiários sensacionalistas e canais evangélicos são o retrato fiel de uma sociedade afeiçoada à idiotia. Rádio é só jabá. Jornal, então, virou luxo pra poucos. 



domingo, 28 de fevereiro de 2010

o esfacelamento da crítica

"O juízo literário do poeta é o repórter do segundo caderno"
Lêdo Ivo

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

outra passagem sublinhada

"Dos eleitos da vez, não se pode falar, a não ser para rasgar elogios. No passado, era aceitável que mesmo os maiores artistas errassem de vez em quando, fizessem obras menores ou equivocadas, e que os críticos as apontassem. Os eleitos de hoje nunca erram: são de tal forma constantes em sua perfeição que fazer qualquer restrição às suas obras é um comportamento de alto risco para quem quer fazer parte do clube".
Luciano Trigo - A grande feira - uma reação ao vale-tudo na arte contemporânea

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

domingo, 21 de fevereiro de 2010

as voltas que o mundo dá

"Antigamente a posse de uma obra de arte dava respeitabilidade ao dinheiro dos muito ricos; hoje é o dinheiro dos muito ricos que dá respeitabilidade à obra de arte".
Luciano Trigo - A grande feira - uma reação ao vale-tudo na arte contemporânea

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

coleguismo

"Hoje no Brasil um sujeito vira genial por vários fatores: amizade, contatos, a pessoa certa para fazer a resenha no lugar certo".
Rodrigo Gurgel

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Geremi reflexivo

Nunca soube dar uma definição clara sobre o Geremi. E pretendo continuar assim: vago, aberto e indisciplinado.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Série banheiros de bares (2)


Bar "Da Amizade", Gramado/RS.
Fotos de Antônio Augusto

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Outra do Nelson Rodrigues

“Antes o idiota sabia que era idiota e recolhia-se à sua insignificância; depois, o idiota se deu conta de sua superioridade numérica e passou a ocupar todos os postos”.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

nascedouro de orelhões

Em uma de minhas incontáveis passadas por esta esquina, ouvi dizer que este é um nascedouro de orelhões e que todo orelhão já nasce grande. Só depois é que o talo vai crescendo...




sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Retrato da avó do homem quando jovem


No ano que ficou pra trás apenas ontem, se deu uma descoberta digna de nota. O mais antigo primata ancestral da espécie humana era bastante parecido com esta figura aí acima. Atende pelo nome de Ardipithecus ramidus, mas também aceita o apelido carinhoso de Ardi. Idade? Aproximadamente 4,4 milhões de anos...
A moça é 1 milhão de anos mais idosa do que a nossa até então mais remota avó, Lucy. Seu fóssil fora descoberto em 1973 enquanto os arqueólogos ouviam Lucy in the sky with diamonds dos Beatles.
Parece que a ordem dos primatas é mais velha do que até há pouco se pensava. Resta saber o quanto ainda temos de tempo pela frente. Humanos, lêmures ou macacos...