quarta-feira, 28 de outubro de 2009

sobre otimismos superficiais




Parece que o ufanismo otário gosta de aparecer como maré no Brasil. Não quero dar uma de estraga-prazeres ou baixo astral, mas esse oba-oba incensado pelos meios de comunicação, e ecoado pela classe média sempre à venda, me dá um frio na barriga.


O Lula se arvora como senhor do tempo e dono da verdade. Quer por que quer dar continuidade à sua gestão paternalista em um terceiro mandato disfarçado, e dê-lhe submeter o povo a Dilmas e Paloccis da vida.


Dizem aos quatro cantos que nunca tivemos uma economia tão sólida e instituições tão democráticas... Mas, além do jogo deplorável decorrente daquilo que se acostumou chamar de coalizão governamental, é só abrir os olhos e ver ao redor que as obras e medidas necessárias continuam tão lentas e inexistentes quanto antes. Não adianta nos enganar com cifras astronômicas de onze dígitos ou siglas desenvolvimentistas que prometem o paraíso ao raiar do sol seguinte: segurança, educação, transporte e saúde de qualidade seguem como privilégios de uma casta cada vez mais deslumbrada e prepotente porque acha que galgou patamares sociais apenas em função de suas supostas luta e capacidade.


Querem aparelhar o estado inteiro e nos relegar à imbecilidade eletrônica prevista por distopias à la 1984 e Fahrenheit 451. Almejam (e estão conseguindo) transformar a Amazônia em pasto e campo de soja, dividindo o lucro entre a cúpula de grileiros protegidos pelo sistema corrupto e beneplácito de um Judiciário covarde e subserviente.


Onde estão a educação e a pesquisa de excelência? O que se fez nesses últimos quinze anos senão diluir o conhecimento já esquálido entre uma população muito mais despreparada caso não houvesse ocorrido qualquer "processo civilizatório"? E as dissertações e teses de doutorado, vêm melhorando em qualidade? Respondam-me, se estiverem dispostos, o MEC e a CAPES...


Acho triste e revoltante um país que se engana estar crescendo sem nem ao menos propor qualquer reforma estrutural.


Mas - quem sabe ? - de ilusão em ilusão ainda construímos uma identidade confiante. Entretanto, ressoa no vazio a inevitável questão: confiança pra quê?



quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sempre me perguntei em que momento uma pessoa deve tomar a decisão de abandonar o guarda-chuva e seguir o seu caminho.