sexta-feira, 23 de julho de 2010

Carta de Melville a Hawthorne

"Tampouco nos servirá, de modo algum, dizer que o mundo está ficando grisalho e encanecido agora, e que perdeu aquele frescor e encanto que tinha outrora e em virtude do qual os grandes poetas dos tempos passados se tornaram o que estimamos que eles sejam. Não. O mundo é hoje tão jovem quanto no dia em que foi criado; e este orvalho matinal de Vermont é tão úmido aos meus pés quanto o orvalho do Éden foi aos pés de Adão. E tampouco a natureza foi totalmente revirada por nossos antepassados a ponto de não restar encantos e mistérios para essa última geração encontrar. Longe disso. A trilionésima parte ainda não foi dita; e tudo o que já foi dito apenas multiplica as possibilidades para o que resta ser dito. Não é tanto a escassez, mas a superabundância de materiais o que parece incapacitar os autores modernos".
Herman Melville. Hawthorne e seus musgos.

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